domingo, 30 de janeiro de 2011

Whatever

Curvas e contracurvas, 
Avanços e retrocessos. 
Circundo as rectas 
E plano nos circulos. 
Uso e abuso, 
Crio e recrio, 
Invento e reinvento, 
Em espirais de certezas, 
Duvidando da dúvida, 
Valorizando o máximo 
Desvalorizando o mínimo. 
Ouço , 
escuto com atenção 
O infimo pormenor, 
E o que não olho, 
O que não vejo, 
O que sei e o que não sei. 
São acentos , virgulas, 
E pontos. 
Finais.
não de interrogação. 
Exclamação ? 
Por vezes. 
Paragrafo, 
travessão, passo a palavra. 
Mas não passo os sentires. 
Não, 
São meus. 
Egoista? 
Se calhar... 
Não os passo, 
Não os revelo, 
Também podia não os sentir. 
Seria mais fácil. 
Mas tu sabes... 
Que gosto de desafios, 
Do jogo, 
Da estratégia, 
Da batota 
quando a fazem comigo. 
Do resultado. 
Tempo de jogo? 
Indeterminado. 
Cartão vermelho. 
No próximo 
estás out. 
Desenho sem lápis 
Freehand , 
vectorial? 
Whatever. 
Olha sabes ? 
Gosto deste gajo.





1 comentário:

  1. "Curvas como rectas
    Círculos às avessas.
    Como esferas
    Como esperas
    Sem certeza.

    Pontos como vírgulas
    Acentos circunstanciais.
    Como palavra atravessada
    Nesta falta pontuada."

    _______

    Desculpa o abuso em tuas letras,
    acontece-me, de vez em quando,
    quando o poema me é irrecusável.

    Muito bom
    o verso curto que marca, cadenciando, o poema e lhe transmite uma imensa força(deve ficar muito bem declamado)
    a harmonização fonética (em especial na 1ª parte, com o uso de rima interna acentuada nos "eses")
    a abordagem do mote, intersectando-a com os sinais ortográficos,
    E depois
    um delicioso travo de humor (quase raiva, quase indiferença)
    E o todo que o poema diz.

    Poesia de qualidade, sem dúvida.

    Gostei Muito.

    Bjo.

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