Avanços e retrocessos.
Circundo as rectas
E plano nos circulos.
Uso e abuso,
Crio e recrio,
Invento e reinvento,
Em espirais de certezas,
Duvidando da dúvida,
Valorizando o máximo
Desvalorizando o mínimo.
Ouço , escuto com atenção
O infimo pormenor,
E o que não olho,
O que não vejo,
O que sei e o que não sei.
São acentos , virgulas,
E pontos.
Finais.não de interrogação.
Exclamação ?
Por vezes.
Paragrafo, travessão, passo a palavra.
Mas não passo os sentires.
Não,
São meus.
Egoista?
Se calhar...
Não os passo,
Não os revelo,
Também podia não os sentir.
Seria mais fácil.
Mas tu sabes...
Que gosto de desafios,
Do jogo,
Da estratégia,
Da batota quando a fazem comigo.
Do resultado.
Tempo de jogo?
Indeterminado.
Cartão vermelho.
No próximo estás out.
Desenho sem lápis
Freehand , vectorial?
Whatever.
Olha sabes ?
Gosto deste gajo.
"Curvas como rectas
ResponderEliminarCírculos às avessas.
Como esferas
Como esperas
Sem certeza.
Pontos como vírgulas
Acentos circunstanciais.
Como palavra atravessada
Nesta falta pontuada."
_______
Desculpa o abuso em tuas letras,
acontece-me, de vez em quando,
quando o poema me é irrecusável.
Muito bom
o verso curto que marca, cadenciando, o poema e lhe transmite uma imensa força(deve ficar muito bem declamado)
a harmonização fonética (em especial na 1ª parte, com o uso de rima interna acentuada nos "eses")
a abordagem do mote, intersectando-a com os sinais ortográficos,
E depois
um delicioso travo de humor (quase raiva, quase indiferença)
E o todo que o poema diz.
Poesia de qualidade, sem dúvida.
Gostei Muito.
Bjo.